“A fama de ser um bicho com comportamento difícil e incapaz de aprender
começou na Grécia antiga”, afirma Osvaldo Humberto Leonardi Ceschin, da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humadas da USP.
Por volta de 600 a.C., o burro já era tratado em histórias como
teimoso, bobo e ignorante. Em uma das fábulas de Esopo – narrativas
orais sobre animais com características humanas –, o burro veste uma
pele de leão e tenta assustar as pessoas, até que é pego pela raposa em
um deslize. Posteriormente, essas histórias foram passadas para o papel e
popularizadas por Fedro, no século 1, e pelo francês Jean de La
Fontaine, no século 17.
Palavras associando o burro à estupidez e à ignorância começaram a aparecer no século 2: a expressão asinina cogitatio (“raciocínio de burro”, em latim) fazia parte da obra de Lucius Apuleius, autor de O Asno de Ouro,
sobre um homem que vira um asno. “Na língua portuguesa, o termo
‘burrico’ surgiu no século 12”, explica Mário Eduardo Viaro, também da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário